sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Estudando a paternidade/maternidade

Nas últimas duas semanas eu e De fizemos nosso cursinho pré-natal. Como tudo o que temos feito em relação à gravidez aqui na NZ, este também é de graça, isto é, com fundos do governo.

Éramos 16 casais, todos com midwives (não com médicos privados), todos querendo parto normal.

Achei o curso bastante completo. Começou com os assuntos parto e nascimento, em que foram abordadas todas as possibilidades, tudo o que se pode fazer em cada situação de imprevisto, as técnicas pra amenizar a dor (medicinais - gás, epidural... - ou não – posições que ajudam, respiração, etc.), depois os homens e as mulheres se dividiram em grupos e fizeram lista do que eles podem fazer pra nos ajudar, como pessoa de apoio, e nós do que esperamos que eles façam pela gente. Aqui na NZ o quarto de hospital é todo preparado pra favorecer o parto normal – tem até banheira no quarto, eles estimulam a que a mulher caminhe, leve música, busque posições confortáveis (pra aliviar a dor e pra favorecer a “saída” do bebê), a equipe toda é atenciosa, tentam envolver o partner (seja pra contar o tempo entre as contrações, ou mesmo nas diversas posições de alívio que requerem o parceiro), e tu podes ter no quarto, além do partner, a tua mãe, por exemplo, que é o que eu vou fazer! Se precisar fazer cesariana, sempre tem médicos de plantão. Ainda nos mostraram vídeos de partos diferentes, que, ao contrário do que me disseram – que podiam impressionar e tal –, acabaram me emocionando (não o da cesárea, mas os dos partos normais)!

Essa parte continua: te explicam todos os procedimentos feitos com o bebê depois que ele nasce (é tudo feito ali no quarto mesmo, na tua frente!), a possibilidade de injeção ou não pra retirada da placenta, e como eles estimulam a que o bebê vá o mais rápido possível para o colo da mãe, onde ele se sente num “ambiente” familiar e seguro!

Sinceramente, adoro essa concepção predominante na NZ, e acho que o Brasil tem muito o que evoluir nesse sentido. Um dos países do mundo com índice mais alto de cesarianas, muito acima do que recomenda a OMS, isso não pode estar certo...!

Mas continuando o curso,tivemos uma palestra com uma nutricionista sobre alimentação durante a gravidez, durante a amamentação, e do bebê também.

Em outro dia a aula foi sobre CPR (Ressucitação Cárdio-Pulmonar – muito bom aprender o que fazer se notas que o bebê não está respirando) e também o que fazer se o bebê/criança se engasga. Continuamos com uma aula completa sobre amamentação, todas as técnicas pra dar tudo certo e ser sem dor, mostraram diversas bombinhas de tirar leite, etc.! E o curso ensina até como preparar a caminha do bebê pra evitar o risco da morte súbita, fala sobre o bebê-conforto do carro, explica como dar banho, como enrolar o bebê no cueiro, como saber se ele tem roupa demais ou de menos, como trocar fralda (de pano e descartável), massagem no bebê, tuuuuudoooooo enfim!

Eu leio bastante sobre todos esses assuntos e diria que eu tenho um pouquinho de experiência com bebês na minha vida (por exemplo, já troquei fralda e dei banho no meu afilhado – essa pequena experiência já deixa a gente mais segura nessas situações), mas mesmo assim achei o curso superimportante. Parece que absorves melhor as informações! Porém, o que eu mais gostei foi ter o De ao meu lado, ouvindo tudo atentamente, entendendo melhor cada detalhe da paternidade e maternidade, superfofo trocando a fralda da boneca-bebê e a enrolando no cueirinho, ficando mais e mais ciente do quanto ele é importante pra gente – eu e Caio – no momento do nascimento e depois!

Eu sei que os hospitais públicos no Brasil também oferecem curso pré-natal de graça. Me pergunto se têm a mesma qualidade dos daqui. Vocês que já fizeram, me contem!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Hidroterapia para gestantes


Estou adorando as aulas na piscina! Até agora eu só fui em duas (porque teve uma segunda-feira que eu me esqueci completamente da aula), mas já dá pra dizer que adoro. Na primeira eu ainda estava entendendo como as coisas funcionam, mas na desta semana já me senti bem à vontade. Comparecem de 10 a 20 grávidas, mais no final da gestação. Numa das aulas tinha grávida de 39 semanas, até de 40!! Na última essas já não apareceram! J

Me chamou a atenção o fato de que todas aparentam ter mais de 30 anos, com exceção de uma, mais novinha. E também há uma representação da diversidade da NZ – além das originalmente kiwis, de várias partes do país, éramos cinco grávidas de fora, de cinco países diferentes: Inglaterra, Austrália, EUA, Canadá e eu, bem mais “exótica” (!), do Brasil!

Isso eu soube porque a tutora, uma senhora muito legal, tenta envolver não só o bebê ou a gravidez na aula, mas um pouquinho da nossa vida pessoal. E nesta semana ela pediu pra imaginarmos o mapa da NZ na piscina e nos colocarmos na nossa cidade de nascimento. Para as de outros países, um cantinho lateral!

Outra vez ela perguntou o que faltava fazer em casa em termos de preparação para a chegada do bebê, ou então se já tínhamos um nome (e qual), ou para nos colocarmos em ordem de data prevista para o nascimento. Coisas assim!

Também fazemos exercícios em dupla, oportunidade para conhecermos umas às outras. Ela pede pra procurarmos alguém da mesma altura. Pra mim é fácil – basta procurar a mais alta de todas fora eu! Sim, porque eu sempre sou a mais alta! Já fiz dupla com a australiana e com a inglesa, que ficou toda contente de ter alguém da altura dela (eu sou uns 3 cm mais alta, na verdade!)!

Ao final há uns 10 minutos de relaxamento na água. Pegamos boias, vários “macarrões” de piscina, nos acomodamos boiando, uma musiquinha relaxante, fechamos os olhos e ficamos à deriva! É muito bom!

E pra finalizar, ainda é servido um chazinho com bolachas na saída, pra que a temperatura do nosso corpo volte ao normal, dizem. Ah é, não falei que a água da piscina é morninha, uma delícia!!

Mas de todas as experiências e sensações, a mais doida é a que acontece quando sais da piscina: sentes o peso do teu corpo e da barriga de novo, todo de uma vez! De fato, a gravidade te puxa pro centro da terra!! Pura aula de física! E aí te dás conta de quanto esforço o teu corpo faz pra carregar mais um, e do respeito e cuidado que ele – o corpo físico – também requer e merece!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A força das palavras? O poder da mente?


Às vezes acontecem umas coisas engraçadas, às vezes umas coisas estranhas.

Eu já comentei aqui no blog que justamente quando eu pensei comigo mesma na sorte que eu tinha de sempre ter uma resposta positiva quando minha chefe me pergunta “how are you”, no dia seguinte tive um piripaque na coluna e não pude dar a resposta feliz de normalmente, pela primeira (e única) vez.

Depois aconteceu algo do tipo com a história de ter coceira na barriga. Numa determinada noite eu comentei com o De que àquelas alturas da gravidez várias mulheres sentiam coceira na barriga, mas que eu não. E ele disse: “ahh, mas tu cuidas tão bem, passas óleo direto, nem vais ter coceira nenhuma!”, com o que eu concordei. Pois no dia seguinte acordei com a barriga coçando! Durou só um dia, mas que coçava, coçava!

Na outra vez foi com a questão das cãimbras. Durante uma semana eu tinha cãimbra na perna todas as noites! Teve churrasco aqui em casa, as pessoas me perguntavam como eu estava, eu comentava da cãimbra, dizia que tirando isso estava tudo ótimo. Parece mentira, mas a partir daquele dia praticamente não tive mais cãimbra!! Tipo, hoje eu percebo que ela vai acontecer no segundo antes de rolar e aí faço o movimento certo e a evito. Mas ainda assim diminuiu muito comparado com a primeira semana.


E a última foi uns dias atrás, as grávidas comentando de dor na coluna, que dizem que normalmente acontece no começo e no final da gestação, eu me sentindo superforte, afinal tenho fortalecido minha coluna com a dança, yoga, hidroginástica, falei que achava que eu não ia sofrer desse mal, não! Pois agora tenho sentido a lombar nas primeiras horas da manhã, acho que por ficar “muito” tempo deitada. Tá certo que é uma dorzinha que passa bem rápido – por exemplo, outro dia apenas levantei pra ir ao banheiro, e só de caminhar até ali e voltar a dor passou, e eu pude dormir mais umas duas horinhas sem dor nenhuma. Ou então, assim que levanto pra tomar café a dor passa. Isso aconteceu nas duas ou três últimas noites. Tenho feito tudo certinho, dormido na posição que indicam pra grávidas, usado vários travesseiros, e admito até que já estou pegando a manha de como posicionar minha coluna (levantando o peito pra cima, como se estivesse de pé) enquanto ainda deitada pra dor passar (e funciona!).

Mas diz aí: não parece que tem alguém brincando comigo? J Ando até meio cabreira de ficar comentando 
certas coisas! hehehe