Nas últimas duas semanas eu e De fizemos nosso cursinho pré-natal. Como tudo o que temos feito em relação à gravidez aqui na NZ, este também é de graça, isto é, com fundos do governo.
Éramos 16 casais, todos com midwives (não com médicos privados), todos querendo parto normal.
Achei o curso bastante completo. Começou com os assuntos parto e nascimento, em que foram abordadas todas as possibilidades, tudo o que se pode fazer em cada situação de imprevisto, as técnicas pra amenizar a dor (medicinais - gás, epidural... - ou não – posições que ajudam, respiração, etc.), depois os homens e as mulheres se dividiram em grupos e fizeram lista do que eles podem fazer pra nos ajudar, como pessoa de apoio, e nós do que esperamos que eles façam pela gente. Aqui na NZ o quarto de hospital é todo preparado pra favorecer o parto normal – tem até banheira no quarto, eles estimulam a que a mulher caminhe, leve música, busque posições confortáveis (pra aliviar a dor e pra favorecer a “saída” do bebê), a equipe toda é atenciosa, tentam envolver o partner (seja pra contar o tempo entre as contrações, ou mesmo nas diversas posições de alívio que requerem o parceiro), e tu podes ter no quarto, além do partner, a tua mãe, por exemplo, que é o que eu vou fazer! Se precisar fazer cesariana, sempre tem médicos de plantão. Ainda nos mostraram vídeos de partos diferentes, que, ao contrário do que me disseram – que podiam impressionar e tal –, acabaram me emocionando (não o da cesárea, mas os dos partos normais)!
Essa parte continua: te explicam todos os procedimentos feitos com o bebê depois que ele nasce (é tudo feito ali no quarto mesmo, na tua frente!), a possibilidade de injeção ou não pra retirada da placenta, e como eles estimulam a que o bebê vá o mais rápido possível para o colo da mãe, onde ele se sente num “ambiente” familiar e seguro!
Sinceramente, adoro essa concepção predominante na NZ, e acho que o Brasil tem muito o que evoluir nesse sentido. Um dos países do mundo com índice mais alto de cesarianas, muito acima do que recomenda a OMS, isso não pode estar certo...!
Mas continuando o curso,tivemos uma palestra com uma nutricionista sobre alimentação durante a gravidez, durante a amamentação, e do bebê também.
Em outro dia a aula foi sobre CPR (Ressucitação Cárdio-Pulmonar – muito bom aprender o que fazer se notas que o bebê não está respirando) e também o que fazer se o bebê/criança se engasga. Continuamos com uma aula completa sobre amamentação, todas as técnicas pra dar tudo certo e ser sem dor, mostraram diversas bombinhas de tirar leite, etc.! E o curso ensina até como preparar a caminha do bebê pra evitar o risco da morte súbita, fala sobre o bebê-conforto do carro, explica como dar banho, como enrolar o bebê no cueiro, como saber se ele tem roupa demais ou de menos, como trocar fralda (de pano e descartável), massagem no bebê, tuuuuudoooooo enfim!
Eu leio bastante sobre todos esses assuntos e diria que eu tenho um pouquinho de experiência com bebês na minha vida (por exemplo, já troquei fralda e dei banho no meu afilhado – essa pequena experiência já deixa a gente mais segura nessas situações), mas mesmo assim achei o curso superimportante. Parece que absorves melhor as informações! Porém, o que eu mais gostei foi ter o De ao meu lado, ouvindo tudo atentamente, entendendo melhor cada detalhe da paternidade e maternidade, superfofo trocando a fralda da boneca-bebê e a enrolando no cueirinho, ficando mais e mais ciente do quanto ele é importante pra gente – eu e Caio – no momento do nascimento e depois!
Eu sei que os hospitais públicos no Brasil também oferecem curso pré-natal de graça. Me pergunto se têm a mesma qualidade dos daqui. Vocês que já fizeram, me contem!