Na semana
da amamentação, e tendo em conta o que a gente está passando no momento aqui em
casa, acho pertinente escrever um post sobre a minha experiência com a
amamentação do Caio. Ou deveria dizer alimentação? Porque vai além de dar de
mamar.
Comecemos
do começo.
Considerando
as experiências de algumas amigas com a amamentação, acho até que a minha foi
tranquila. Nos primeiros dois dias depois que o Caio nasceu, nós dois
aprendendo essa arte, eu notava que meus mamilos estavam ficando avermelhados,
e no terceiro dia, já em casa, acordei com eles bem doídos, machucadinhos. Aí
falei no telefone com a Dani, que me deu uma dica preciosa: deixar os seios
expostos ao ar e sempre que der ao sol também. Por sorte era um dia ensolarado
e com 10 minutinhos aqui, 10 minutinhos ali, no dia seguinte eu já não sentia
mais dor! A partir daí também comecei a passar as manhãs de topless em casa,
assim qualquer começo de machucadinho logo cicatrizava. Minha midwife dizia que
amamentar é como comprar sapatos novos: no início machucam um pouco, mas em
duas semanas já estão confortáveis. Lembro que ao fim da primeira semana
comentei com ela que pelo jeito eu me acostumava mais rápido com sapatos novos!
Apesar
disso, eu não estava encantada com o ato de amamentar, como muitas comentavam
comigo: “dar de mamar é muito bom”, “é mágico”, “que saudade de amamentar”...
Pelo contrário, eu estava achando o maior trampo: meus seios viviam pingando,
tinha que usar absorvente direto, ou então aquelas conchas que deixam o mamilo
pegando ar, que acabavam ficando cheias de leite, eu me esquecia disso e quando
me abaixava virava o leite todo na minha roupa (isso acontecia ao menos uma vez
por dia), ter que ficar de sutiã 24 horas por dia... E quando o seio enche
muito e fica dolorido? E várias posições pra dormir (tipo mais de bruço) em que
o peito doía? Olha, eu até comentei com a mãe que seriam seis meses e pronto,
que assim que o Caio começasse com sólidos eu ia começar a parar de amamentar,
e quando ele completasse sete meses, já era! Cheguei a pensar, quando o Caio
completou um mês, “só mais cinco”; quando ele fez dois meses, “só mais quatro”,
e quando ele fez três, “metade já foi!”. Pensei assim, acreditam?
Mas aí que o
tempo foi passando e eu me adaptando, e meus peitos já não ficavam mais tão
cheios, nem doídos, nem pingando, e usar sutiã 24-7 (24 horas, 7 dias por
semana) já não era mais um problema. E depois da marca dos três meses, na
realidade meus seios até diminuíram (voltaram ao tamanho normal), e o Caio estava
mamando super rápido (de 5 a 7 minutos). Se, por um lado, eu comecei a achar
ótimo amamentar, e curtir o momento com meu filhinho, e entender minhas amigas,
por outro lado tudo isso me deixou até preocupada: será que meu leite está
secando? Fui ao google e vi que é normal depois de uns três meses as coisas se
estabilizarem, e que tem muita mãe mesmo que questiona se há algo de errado com
sua produção de leite. Beleza, pensei eu. Está tudo certo então. De fato, Caio
continuava ganhando bom peso. Quando completou três meses certinho, tinha
ganhado 500 g em três semanas (estava com 6.500 kg)!
Depois
disso, no entanto, eu não estava mais conseguindo tirar leite com a bombinha.
Saía muito pouquinho leite... E eu precisava tirar pras noites em que tenho
aula de dança. Tentei semanas a fio e o máximo que eu conseguia de cada vez era
uns 30 ou 40 ml. Que frustrante.
Um pouco
antes de Caio completar quatro meses, a enfermeira dele voltou em casa e o
pesou. Em quatro semanas, mais tempo que na última vez portanto, ele tinha
engordado apenas 240 g... Não gostei. A enfermeira disse que a tendência era de
fato diminuir, e que se eu visse no geral, em seis semanas (ela contou errado,
na verdade eram sete) ele tinha engordado 740 g, e que isso é bom. Eu comentei
que achava que ele tinha chegado a 7 kg (tinha sentido no braço mesmo) mas que
depois o senti mais leve de novo. Como toda a família tinha passado por duas
semanas de um resfriado forte, imaginei que devido a isso ele tinha perdido um
pouco de peso – chegou a 7 kg e depois perdeu –, mas isso tudo era meu
pensamento, sem nenhuma comprovação.
Comentei
com a Karmen também que eu estava preocupada com minha produção de leite, falei
da bombinha e tal. Ela me sugeriu tomar Fenugreek pra ajudar nisso. Comprei o
tal herbal medicine, que não foi
barato, e comecei a tomar. Não senti diferença nenhuma. Ao contrário, Caio
começou a reclamar ao fim das mamadas, às vezes chorava um pouquinho, começava
a demonstrar que estava com fome duas horas depois de mamar, quando a maioria
de seus amiguinhos da mesma idade já estava mamando a cada quatro horas! Eu
estava com uma pulga atrás da orelha, algo me dizendo que meu leite não estava
sendo suficiente. O negócio foi que as reclamações do Caio não aconteciam em
toda a mamada, e ele continuava dormindo bem, tanto de dia como de noite, e era
risonho e suas bochechinhas continuavam ali.
Mas sabe a
pulguinha que não te deixa em paz? Pensei várias vezes em chamar a nurse pra pesar ele, mas acabei não
chamando, afinal fazia pouco tempo que ela tinha vindo, e ele parecia estar
bem, etc., etc. Mas a hipótese de complementar com fórmula não saía da minha
cabeça. A essas alturas eu já estava adorando amamentar, e me deixava triste
pensar que não ia conseguir amamentar exclusivamente até os seis meses de Caio.
Por isso, a decisão de complementar com fórmula demorou umas duas semanas pra
acontecer. Eu ainda estava na esperança do fenugreek funcionar, de minha produção
aumentar. Porém, à noite, quando meus peitos já estavam vazios, ficava claro
que dar de mamar apenas não estava funcionando. Tive que encarar a decisão
adiada, e quando ele estava com quatro meses e meio comecei a dar uma mamadeira
de fórmula pra ele à noite depois da mamada. Nem falei com a enfermeira, nem
nada. Eu sabia que era preciso fazer algo. Comecei dando pouquinho, 100 ml,
pois afinal ele ainda estava mamando! Mas uma semana depois, eu estava sentindo
os ossinhos do Caio ao pegar ele no colo... as costelinhas, sabe? Apesar das
bochechas gordinhas ainda estarem lá. Aí não deu pra mim – chamei a Karmen.
Ela foi
ótima, me deu um super apoio na complementação, antes mesmo de pesá-lo. E
quando o pesamos, o resultado: Caio estava com 6,620 kg, ou seja, não só não
tinha ganhado peso, como tinha perdido 120 g! Baixou duas linhas no gráfico –
de acima de 50% passou a abaixo de 25%... Fiquei arrasada! Me senti culpada,
não pela baixa produção de leite, mas porque demorei demais pra ouvir minha
intuição! Pensar que o Caio estava há um mês passando fome!! E tão resignado que
nem reclamava muito! Tadinho do meu anjinho!
A Karmen me
explicou que normalmente, quando baixa duas linhas no gráfico, elas mandam pro
médico. Mas que pelo que eu estava dizendo era mais falta de leite mesmo, então
que fizéssemos uma semana de teste. Eu complementaria todas as mamadas, pra
começar com 200 ml, e em poucos dias Caio me indicaria se precisaria de mais ou
menos do que isso. De fato, logo percebi que nas primeiras mamadas do dia, com
meu peito ainda cheio, bastava de 100 a 125 ml, depois à tarde 150 ml, e na da
noite 200 ml.
Uma semana
depois, na checagem, Caio tinha engordado 380 g!! O récorde da vida dele (até
então era 360 g, numa semana do primeiro mês). Fiquei feliz e triste ao mesmo
tempo, pois isso me mostrou que ele estava com fome!! Que coisa!
Eu também
tinha sido alertada pela enfermeira que talvez ele perdesse o interesse em
mamar no peito e passasse a querer só a mamadeira. Na verdade o que já vinha
acontecendo e que deu uma piorada foi que o Caio mama uns três minutos
tranquilo e depois, quando fica mais difícil de o leite vir, ele já não quer
mais! Eu insisto, aí ele mama uns segundos, na sequência já reclama, insisto de
novo, ele até vai de novo, e ficamos assim, nessa “briga” por mais dois ou três
minutos (eu sei o tempo porque marco tudo na app do Ipod, desde o terceiro dia
de vida dele!).
A piorada é
que agora não está adiantando eu insistir – depois de um pouquinho ele não quer
mais e ponto. E há dois dias, pela primeira vez, teve umas mamadas que ele não
quis at all. Nem por um pouquinho! Já
as mamadeiras, ele ama! Fica louco só de me ver preparando!
Quem se
resignou desta vez fui eu...(suspiro) Há que treinar o desapego! Até porque
essa “briga” sempre nas mamadas já está ficando chato, sabe? O que é pra ser
especial e prazeroso está ficando estressante. Então pensei comigo mesma: as
primeiras mamadas da manhã e o dreamfeed,
às 10h da noite, são as que ele leva mais na boa, tranquilo. Assim, continuarei
com essas por mais uns meses. Gosto de saber que ele segue recebendo os
anticorpos que vêm com o leite materno. Entre outras coisas.
Mas poxa,
logo agora que eu estava curtindo tanto! Que ironia, não?!
De qualquer
forma, o alívio por saber que agora ele está se alimentando bem não tem
preço! Pesamos o Caio mais vezes e ele
continua a ganhar peso! E as bochechinhas dele estão ainda maiores!
Bom, em
meio a isso tudo ainda teve a tentativa de introduzir os sólidos! Mas isso é
assunto pra outro post!
Lembra quando você dizia que tudo na sua vida é planejadinho e acaba acontecendo conforme você previu? Que foi assim até com a gravidez e tal...
ResponderExcluirPois fico aqui pensando que talvez o Caio esteja colaborando, ele chegou na hora que você queria que ele chegasse e agora está deixando de mamar na hora que você queria que ele deixasse - 6 meses, no máximo 7. Apesar de você ter mudado de ideia agora, esse era o plano né?! Acho que vocês dois tem uma conexão e tanto!! =)
hehehe Sabe que eu pensei algo assim? Que meu pensamento primeiro acabou prevalecendo... Vai saber! Mas o Caio tá fofo, saudável e gordinho, né? :)
ExcluirSiiiiimmm, muito fofo! <3
ExcluirCurti o post, me fez lembrar do quanto fiquei triste com o leite secando no 2o mês pra Sara, e da felicidade de amamentar a Isa por um bom tempo... Voltei pro trabalho muito cedo na primeira vez e aprendi, na segunda fui de leve e deu certo! Thanks for sharing! Erica Queiroz.
ResponderExcluirÉrica! Thanks for sharing too! Muito bom ouvir de ti tb! Bjsss em ti e nas meninas (lembrei de umas visitas especiais minhas pra Sara, ela devia ter uns dois aninhos?)!
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