quinta-feira, 7 de março de 2013

A questão dos sólidos


Este post deveria ter sido escrito há muito tempo. Na pendência de escrevê-lo, o assunto ficou na minha cabeça e por isso resolvi publicá-lo mesmo já tendo discutido isso com várias mães em outras redes sociais.

Não existe maior diferença entre o Brasil e a Nova Zelândia no que se refere a bebês do que a questão da introdução dos sólidos.

No Brasil recomenda-se começar com suquinho natural e frutas. Aqui na NZ, ao contrário, a recomendação é não dar suco nunca, nem natural, por causa do açúcar, afinal as frutas também têm açúcar. Ainda mais suco na mamadeira! Diz-se que o bico acumula este açúcar e que, por isso, também não se deve deixar o bebê brincando com a mamadeira quando ele termina de tomar o que quer que se tenha dado a ele. Tudo isso pra evitar prejuízos na dentição principalmente. Eles sempre sugerem que se ofereça água, além do leite!

Além disso, aqui na NZ não se começa a dar papinha necessariamente de fruta. Prefere-se até que seja de legumes pra já não acostumar a criança com o docinho da fruta e correr o risco de ela não gostar dos vegetais depois. E as primeiras papinhas não têm mistura de ingredientes – o bebê vai experimentando uma coisa de cada vez, sentindo cada gosto individualmente. No Brasil, até onde eu sei, quando começa com vegetais, já é uma papinha salgada incluindo vários deles. Na NZ a ideia é que se dê a mesma comidinha de três a cinco dias seguidos. E daí vai trocando. Eles recomendam como primeiro alimento a batata-doce, o abacate (que pra eles não é fruta!), batata-inglesa, pêra cozida (se quiser começar com fruta)... a escolha na verdade cabe à mãe!

Então, imagina, o primeiro mês vai rapidinho nas papinhas feitas de um alimento só – Três dias cada uma, como eu fiz, e o Caio tinha experimentado pelo menos dez coisas diferentes: comecei com batata-doce, depois pêra cozida, abóbora, batata-inglesa, maçã (também cozida na primeira vez, por causa da consistência), cenoura, banana, mamão, abobrinha, abacate. Só depois disso é que comecei a misturar uma carninha com batata, depois um arrozinho com duas ou três coisas diferentes, até que finalmente eu estava dando a papinha salgada que também se dá aí no Brasil.

Aqui a gente começa com bem pouquinho – mais ou menos duas colheres de chá de comida e vai aumentando de acordo com a vontade do bebê. E só quando a quantidade chega a mais ou menos meia xícara é que se começa a dar uma segunda refeição por dia. Foi com oito meses que o Caio começou a ter café da manhã, almoço e janta. Mas acho que essa parte é parecida aí e aqui, né?

Pra quem quiser ter uma ideia melhor de como a questão dos sólidos é tratada na NZ, aqui nesse link tem um esquema bem bom, que dá uma noção da recomendação geral. É o arquivo “Guide to Baby Feeding”.

Enfim, eu vejo que, como tudo no tema dos bebês, não há uma regra única e cabe aos pais se informar sobre o assunto e tomar a sua decisão (que não tem que ser necessariamente a opinião do pediatra, mas isso é assunto pro próximo post). Conheço inúmeros filhos de amigas brasileiras que hoje comem de tudo – não foi porque começaram com frutinhas que deixaram de gostar dos vegetais. Abre parênteses: já no caso dos líquidos, eu vejo que o Caio toma água com muito mais vontade que a maioria dos brasileirinhos, e acho isso ótimo – fecha parênteses. Ainda assim, eu gosto do jeito neozelandês, e penso que pro próximo bebê vou fazer igualzinho! J

4 comentários:

  1. Dudu! Vim aqui agradecer pelo link do site forbaby .. parece óbvio, afinal tenho o papel grudado na geladeira!, mas eu nunca tinha entrado nesse site e to amando!! Thanks ma friend. x

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  2. Aqui é que nem aí. Frutas só agora nos 8 meses do Noah que eu passei a dar uma frutinha depois do almoco como sobremesa e as vezes no lanchinho da tarde faco uma mistura de frutas com iogurte natural, Mas não é sempre. Eles alertam o cuidado com o acucar, né? O que eu adotei e acho muito bom!

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