No primeiro post que escrevi para este blog eu falei sobre a descoberta
da minha primeira gravidez. Terminei com as seguintes palavras: “Mais tarde, me
dou conta e caio em mim... Caio em minha vida.”
Hoje venho falar de outra vez que “caí em mim”. Outro desses tombos
sublimes. Mas eu não estou falando de uma queda propriamente dita.
No dicionário, a palavra “tombo” tem vários significados; uns que
explicam melhor o que quero dizer.
DO HOUAISS:
Regionalismo: Brasil. Uso: informal.
habilidade física ou mental de uma
pessoa; capacidade, perícia, gênio, inclinação
Regionalismo: Brasil. Estatística:
pouco usado.
designação que se dá a uma pessoa
para significar que ela é ativa, diligente etc.
Ou seja, estou falando
desses tombos que te promovem capacidades, que te deixam mais ativa ante a
vida, mais diligente. São tombos que são presentes (de Deus, da vida, do
Universo...), são por isso tombos sublimes.
Quando Caio completou um
ano de idade, decidimos que eu pararia com o anticoncepcional. Um mês tomando
ácido fólico e dando um tempo ao organismo, e depois disso abrir corpo, mente e
alma pra receber a dádiva.
Nos três primeiros meses
de tentativa eu SEMPRE achava que tinha engravidado, sentia “sintomas”,
comprava o teste e... negativo. Na terceira vez cheguei a fazer o exame de
sangue, tamanha a minha certeza de gravidez! Eu não acreditava nos negativos dos
três testes de farmácia que tinha feito, pode? No sétimo dia de atraso da
menstruação, tive que aceitar... Meu período veio então no dia seguinte. Nunca
antes na vida tive tamanho atraso... Mas a mente é mesmo poderosa, não é?
Decidi ver uma médica.
Na Nova Zelândia, deve-se consultar primeiro um clínico geral. Tenho a sorte de
ter uma amiga trabalhando numa clínica que marcou uma consulta pra mim com uma
GP (General Practitioner) que tinha
trabalhado anos como obstetra. Conversamos bastante e o papo com a médica me acalmou.
Combinamos que eu relaxaria durante os próximos três meses, e que se não desse
nada, eu voltaria lá pra fazer alguns exames. Coincidentemente, seriam também
os nossos últimos três meses na NZ, antes de mudarmos de volta ao Brasil. Consegui
mesmo desencanar. E nos três meses seguintes, ao contrário dos primeiros, eu
logo tinha a certeza que não tinha engravidado.
Eu queria muito, muito
chegar grávida no Brasil, poder já dividir a notícia com as pessoas
pessoalmente (qualquer semelhança com a primeira gravidez não é mera
coincidência!). Mas uma semana depois do período fértil no sexto mês de
tentativa, como eu não tinha sentido nada de diferente, eu logo assumi que não
tinha dado de novo. Bateu aquela tristezinha básica, mas bola pra frente. Nesse
período pré-mudança de país, com mil coisas pra fazer, a verdade é que eu nem
tive muito tempo pra ficar remoendo isso.
Até que chegou o dia de
ficar menstruada e nada. Mas atrasos de alguns dias podem ser comuns... No dia
seguinte, à noite, ao colocar o pijama, este raspa no meu peito e..... aiiii, doeu! Opa! Entre todos os sintomas de
gestação, o único que eu considerava exclusivo de gravidez era justamente a
sensibilidade extrema nos mamilos, que eu não tinha de fato sentido nos meses
em que achei que estivesse grávida! ... Será? E o medo de fazer o teste agora?
Esperei mais uns três dias e resolvi encarar.
Era hora do almoço do
dia 30 de agosto de 2013. Estávamos só eu e Caio em casa. Não demorou dez
segundos pros dois risquinhos aparecerem no teste... e não demorou cinco segundos
para as lágrimas caírem. Lágrimas que caem, que tombam, que me certificam de
minha “habilidade física” divina de gerar uma vida, que me falam de minha
“inclinação” para ser mãe mais uma vez, que me despertam este zelo instintivo,
esta “diligência” natural que nós mães temos em relação aos nossos filhos. Novamente
caio em mim, em minha vida. Sinto a sublimidade de um segundo tombo.
Viro para o Caio e digo:
“Filho, a tua irmã chegou!”
Danada! E já sabia que era menina! Viva a Dora! Que a gente Adora! Beijos, angela
ResponderExcluirSua querida! Tu sempre inspirada, né? :) bjssssssss
ExcluirQue texto mais lindo, Du!
ResponderExcluirFiquei muito muito emocionada. Por vários motivos: as saudades enormes dessa época que você tava aqui e dividia comigo todos esses sentimentos, a tua profunda consciência do que aconteceu/está acontecendo na tua vida com a chegada da Dora, uma ponta de tristeza por ter perdido o bonde de ser sua pregnancy buddy de novo e muita felicidade de te ver plena e realizada com seu casalzinho.
A Dora é mesmo muito espertinha, entrou na hora certa e na casa certa. Não digo que ela tem sorte de ser tua filha e do De porque não acredito que isso seja sorte. Você merece, amiga!
Te amo muito e já amo essa pequenina também.
E tu sempre me emocionando com teus comentários que vêm do fundo do coração, do fundo da alma! Impossível ler sem chorar! Obrigada, amiga, por cada palavra de carinho, amizade e amor! Mesmo longe, sigamos juntas! bjssssssss
ExcluirDudu, sempre arrasando com os teus textos! Que bom "te ler" de novo:)
ResponderExcluirViva a Dorinha!
Olga
E viva a madrinha da Dora também!! :)
Excluir