quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Procurando uma midwife.

Chegando de volta na Nova Zelândia, com 9 semanas de gravidez, a missão número um era achar uma midwife (uma doula). Aqui o sistema é assim: o governo paga todos os teus exames e também a midwife, que é tipo uma enfermeira treinada especificamente em gestação, parto e as primeiras semanas de vida do bebê. A midwife te acompanha em todo o processo e te encaminha a um obstetra apenas se notar que há algo fora do normal. Se quiseres acompanhamento de um obstetra desde o começo, e não de uma midwife, tens que fazer contrato particular (de NZ$ 4000 a 5000), o que ainda sai muito mais barato do que o que se paga pra um obstetra particular no Brasil.

Eu e De resolvemos entrar no esquema da midwife. Há diferentes tipos de midwife: aquelas que preferem parto em hospital (nossa escolha), as que só fazem parto em casa, as que são muuuuito a favor de parto normal (eu sou, mas só se estiver tudo certinho pra isso) pois elas não fazem cesariana (de novo, te encaminham prum obstetra ou chamam o que está de plantão no hospital), as que acatam a decisão da família seja hospital ou casa... Então o ideal seria se tu tivesses a chance de te encontrar com várias delas, e aí escolher a tua. Mas a “oferta” de midwives na NZ (e também de obstetras, pra falar a verdade) é um pouco escassa (são de fato profissões que estão na lista de carências da NZ, e a cujos profissionais o governo estimula a imigração). Não digo que falte, mas tampouco dá pra escolher. A  gente recebe uma lista de midwives, eu liguei pra várias, e tudo o que eu ouvia era: “I’m fully booked for February, sorry.” Até que uma delas me ligou de volta dizendo que estava disponível. A primeira coisa que ela me perguntou foi se eu queria parto no hospital. Bom começo, concordamos nisso!

Marcamos a primeira consulta. Aí perguntei mais pra ela sobre a opinião/posição dela no momento do parto, em termos de analgesia, etc., e gostei do que ouvi. Ela não tem muita experiência (se formou no ano passado), mas é mãe de três filhos e – o mais importante – trabalha com outra midwife que tem 14 anos de profissão (normalmente elas trabalham em grupos, pois se uma não pode te atender, outra assume). Outra coisa que eu gostei é que ela é acupunturista, e disse que se eu quiser pode usar seus dotes durante o trabalho de parto, pra amenizar a dor, etc. (não necessariamente com as agulhinhas, mas com pressão nos pontos certos. Aqui chama de acupressure; acho que é o que conhecemos no Brasil por do-in).

A única coisa é que os Kiwis (como chamamos quem nasce na NZ) em geral não são tão calorosos quanto os brasileiros, então nessa consulta eu senti um pouco de falta de mais envolvimento, mais calor humano, sei lá... [Postscript: na terceira consulta já senti a gente um pouco mais próxima, então tá melhorando]

Até a semana 32 as consultas são de quatro em quatro semanas. Depois passam pra 15 em 15 dias, e com 36 em diante, são semanais. Em todas as consultas ela mede a pressão, faço exame de urina pra ver a questão do açúcar e proteína, me peso, ouvimos o coração do bebê, ela vê a posição do útero... Isso é praxe.  Comigo tem ido tudo ótimo! J

 E à medida que as datas certas vão chegando, ela vai te dando as receitas pros ultrassons, suplementos (se necessários), aulas pra fortalecer a coluna, além de opções pra curso pré-natal, etc. Mas isso é assunto pro próximo post!

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