domingo, 30 de setembro de 2012

What a wonderful world


Ter filhos reacende na gente a esperança na humanidade. E se você é desses que acredita na bondade natural do ser humano, como eu, ter filhos faz aumentar a fé. Gentileza por parte de conhecidos e desconhecidos passa a ser parte do dia a dia.

Eu e Caio vamos pra universidade às vezes a pé (uma caminhada de 25 minutos), às vezes de ônibus. É uma beleza pegar bus aqui. Nada de superlotação, espaço pro carrinho (que é o mesmo reservado pra cadeira de rodas), pra descer não é preciso levantar do banco antes de o ônibus parar no ponto... Aí pra sair do bus, por causa do carrinho eu me acostumei a ir de costas, pois apóio as rodas traseiras na calçada e aí fica fácil manipular o restante. Acontece que quase sempre alguém se oferece pra me ajudar. Fico até sem graça de dizer que não precisa, que eu já peguei a manha, etc. Quando a pessoa que salta na minha frente já vai se virando, eu já nem me coloco de costas, deixo ela me ajudar, agradeço e acho que a pessoa fica contente também!

Além disso, nunca recebi tantos sorrisos gratuitos de desconhecidos. Pode ser uma mãe empurrando seu bebê, ou uma mulher qualquer – engraçado que os homens não riem assim pra gente; são mais as mulheres mesmo –, de todas as idades!

Tem até aquelas vezes que as senhoras passam por mim, digamos no supermercado, e dizem que eu tenho um “gorgeous baby”.

Os conhecidos também ficam mais solícitos, ainda mais gentis.

Caminho por aí e inevitavelmente concordo com Louis Armstrong!

I hear babies cry...... I watch them grow 
They'll learn much more.... .than I'll never know 
And I think to myself ..... what a wonderful world! 

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Reconhecimento


Reconheço que tenho uma vida gostosa, uma vida que me aconchega...

Adoro trabalhar três dias de casa, me permitir trabalhar o tempo que quiser/der, ter tempo pra ajeitar a casa, interromper o trabalho quando meu bebê precisa de mim, tudo sem pressão...

Adoro trabalhar dois dias fora, me arrumar pra sair, ver outras pessoas, deixar o Caio na creche, onde ele desenvolve uma tamanha sociabilidade além de inúmeras outras habilidades, ser parte de um projeto de pesquisa, poder focar nisso sem interrupção por horas a fio...

Adoro ter tempo pras minhas terapias: a coletiva – dança – e a individual – cinema.

Adoro a sensação de acolhimento que meu pequeno flat me dá, a facilidade pra limpar, pra cozinhar e olhar o Caio ao mesmo tempo, a desnecessidade de ligar o aquecedor... adoro!

Adoro meu maridão parceiro pra caramba, pai admirável, carinhoso, participativo!

Adoro minha família, meus amigos!

Adoro a perspectiva de estar junto de muitos tão importantes logo, logo!

Reconheço que tenho a vida ideal pra mim.

Reconheço e agradeço.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Pensamento de ultimamente



Ter filho(s) é ter uma expectativa gostosa não apenas em relação a um momento pontual num futuro próximo, mas em relação a todo o futuro em si!

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Prometo que não dou um piu!


Esses dias aconteceu uma coisa engraçada, que nunca tinha acontecido antes.

À noite, o Caio vai pra cama umas 7h30. Isso sempre foi tranquilo – banho, mamadeira, historinha e berço. Ouvem-se uns “nhoim, nhoim, nhoim” dele tentando dormir, e então segue um silêncio, de quem caiu no sono.

Mas na segunda passada não foi assim. Chegamos normalmente até a parte do “nhoim, nhoim, nhoim”, mas em vez do silêncio, seguiu-se um choro forte, um choro cansado.

Como tínhamos tido um dia mais “difícil”, com direito a médico, garganta inflamada (a do Caio), febrinha e remédios, pensei que ele devia estar muito cansado e que não estava conseguindo dormir sozinho. Como já fiz em algumas raras vezes antes, decidi ajudá-lo – vou pegar o Caio no colo esta vez, pensei! (Em circunstâncias especiais, pegar o seu bebê no colo pra ele dormir não vai fazer ele desaprender a dormir sozinho! No dia seguinte tudo volta ao normal, como eu mesma já comprovei!) Bom, entrei no quarto, deitei ele no meu colo, sentei na poltrona, e nada... o choro não parava. Levantei, embalei... nada. Será que ele está com alguma dor? Mas ele tá todo medicado, tomou a mamadeira na boa! Segurei ele em pé e... ele parou de chorar. Acalmei ele assim e resolvi tentar colocar na caminha de novo. Abriu o berreiro! Peguei ele no colo, parou. E assim foi com algumas tentativas, minhas e do De.

Falei pro De que com dor ele não estava, se não ele não ia parar de chorar tão na boa quando a gente não está tentando fazer ele dormir... Como a janta já estava no forno, decidi trazer o Caio pra sala, colocar ele na cadeirinha de brincar, pra gente poder comer.

Gente, enquanto estava na sala, ele não chorou nem um minuto! Aliás, a verdade é que ele nem se mexia! Só os olhinhos atentos que iam do De pra mim, de mim pro De, enquanto eu terminava de preparar o rango e enquanto jantávamos. Ele não deu um piu! Parecia mesmo que tinha dito “se vocês me levarem pra sala, eu prometo que fico bem quietinho no meu canto!”

Passados uns vinte minutos, parecia que ele já estava bem. E como ele bocejava e tal, decidimos tentar o berço de novo. Foi só colocar ele lá que.... buáááá, buáááá, buááááá. Será que é fome?, pensei. Afinal, ele tinha tomado a mamadeira toda numa avidez...! Dei mais um pouco de leite, ele tomou tudo, li uma historinha de novo, pra fazer o procedimento pré-cama, coloquei no berço e... choro, choro, choro. Era só pegar ele no colo que ele parava.

O De sugeriu tentar na nossa cama, eu do ladinho dele. Coloquei ele lá. Enquanto eu botava o pijama, ele estava bem quietinho. Foi eu deitar e apagar a luz que.... sim, ele chorou de novo. Ele simplesmente não queria dormir!!

Aí o De trouxe o Caio pra sala e ficou sentadinho com ele no sofá, Caio brincando de bater numa caixa de lenço vazia, com aquele semblante de quem sabe que não deveria estar ali, mas que estava tentando não incomodar. Fiquei de cara!

Nisso já tinham passado duas horas! Até que às 9h45, quando o De tentou deitar o Caio no colo, ele aceitou, fechou os olhos, e dormiu. Colocamos ele no berço e a noite transcorreu tranquila como normalmente!

No dia seguinte, o De viajou a trabalho, pra ficar quatro dias fora. Me pergunto se os bebês têm intuição pra esse tipo de coisa, e se o que o Caio queria era passar mais tempo com o pai dele.

Ou então, o que terá sido? Ai, a maternidade e suas perguntas sem resposta...! J